Ansiedade. O mal do século.
A falta de tranquilidade o deixava angustiado. Era um momento tenso, cheio de expectativa, que paralisava seu corpo, o fazia respirar em soquinhos, seu olhar assustado e turvo não focava em nada nem ninguém. Os olhos não tinham direção certa, como se buscassem uma saída para aquele lugar. Sua boca seca sem saliva para engolir. Seu coração, parecia que batia tão forte que dava a impressão que estava levantando a sua camisa e se percebia entre os botões, sua pele gelada e sudoreica pedia distância... Suas pernas... já nem sentia mais, pareciam não pertencer ao seu corpo.
Adrenalina, pensamentos rápidos e desconexos, já não sabia mais onde estava. Só queria sair dali. Daquele buraco. Daquele escuro. Daquele meio. Daquilo tudo.
Algumas situações podem levar a sintomas de angústia e sensação de estar perdido no tempo, ou nas próprias sensações corporais. Imediatamente percebe-se um desencontro com o que acontece dentro e fora do corpo. Mas a impossibilidade de estabelecer uma conexão com as emoções e com o pensamento, tiram o sujeito da ação. E paralisa. O tempo. O sono. Os encontros. O trabalho. A fome. A vida.
Trabalhar a ansiedade e aprofundar nas emoções primárias que levaram a este ponto tempestuoso e desordenado exige foco, cuidado e respeito a si mesmo e ao próprio ritmo, e às vezes requer alguém para nos lembrar como respirar. Não estamos sozinhos. Somos células de um grande organismo vivo.
Dra Sharon Rosenthal
Endocrinologista e Psicoterapeuta corporal.