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Disfunções da tireóide

Disfunções da tireóide

 Quando a tireoide não funciona de maneira correta, pode liberar hormônios em quantidade insuficiente, causando o hipotireoidismo, ou em excesso, ocasionando o hipertireoidismo. Nessas duas situações, o volume da glândula pode aumentar, o que é conhecido como bócio.

1) HIPOTIROIDISMO
 
O hipotiroidismo é muito comum. É difícil estimar o número de pacientes com a doença, pois muitas pessoas têm hipotiroidismo e não sabem. Pesquisas revelam que cerca de 5 milhões de brasileiros têm hipotiroidismo, a grande maioria não diagnosticada. Um grande número de pessoas apresenta sintomas vagos de cansaço e desânimo, atribuindo-os, de forma errônea, como sendo próprios da idade. O hipotiroidismo pode ser encontrado em homens e mulheres. Sua incidência aumenta com a idade, sendo quatro vezes mais frequente nas mulheres, principalmente após os 50 anos.
 
Pessoas com MAIS CHANCES DE APRESENTAR OU DESENVOLVER HIPOTIROIDISMO
 
- Mulheres, especialmente após 40 anos
- Homens acima dos 65 anos
- Mulheres em período pós-parto (6 mêses após o parto)
- Pessoas com colesterol elevado
- Pessoas que já tiveram doença da tiróide anteriormente
- Pessoas com história familiar de doenças auto-imunes (tiroidite de Hashimoto)
- Pessoas que apresentam outras doenças auto-imunes como diabetes tipo I, lúpus, artrite reumatóide
- Pessoas tratadas anteriormente de hipertiroidismo
- Pessoas que estiveram em tratamento de radioterapia e quimioterapia de cabeça e pescoço
- Pessoas em uso de lítio e amiodarona
- Pessoas com depressão e/ou doença do pânico
    
CAUSAS
 
O hipotiroidismo pode ter diversas causas. A mais comum decorre da doença de Hashimoto. Esta doença aparece quando o organismo, por razões desconhecidas, não reconhece a tiróide como parte do próprio corpo e o sistema imune prejudica o seu funcionamento; o hipotiroidismo também aparece em pessoas submetidas à cirurgia da tiróide ou que se trataram de hipertiroidismo (aumento da função tiroideana) com iodo radioativo ou radioterapia. Algumas crianças nascem com hipotiroidismo por falta da glândula tiroide ou por mau funcionamento. Estas crianças devem ser tratadas imediatamente e por toda a vida, para que elas possam se desenvolver normalmente.
    
SINAIS E SINTOMAS
 
Como o hormônio da tiróide afeta praticamente todas as células do seu corpo, é possível apresentar uma grande variedade de queixas se estiver com hipotiroidismo:
Cansaço, depressão, pele ressecada, cabelos ásperos, unhas quebradiças, constipação intestinal (Prisão de ventre), anemia, perda de apetite, fadiga, aumento de peso, períodos de menstruação irregular ou ausente, tornozelos e rosto inchados, colesterol elevado e às vezes pressão baixa, afetando pela sua carência de diferentes maneiras as pessoas.
Assim nos órgãos reprodutivos pode levar a infertilidade, alterações menstruais, no fígado, acúmulo de colesterol, nos músculos, fraqueza, dor, fadiga, pele e cabelo, queda e ressecamento da pele, cérebro, dificuldade de concentração, depressão, coração, diminuição do ritmo cardíaco, aparelho digestivo, prisão de ventre, rins retenção de líquidos, edema, outros sintomas incluem apatia, ganho de peso e dores articulares
 
O diagnóstico é realizado com a dosagem do TSH (HORMONIO ESTIMULADOR DA TIROIDE), mede a quantidade desse hormônio circulante e informa como está funcionando a tiroide.
 
O TRATAMENTO CORRETO GARANTE BOA SAÚDE
 
É indispensável tratar o hipotireoidismo pois a falta pode ocasionar sérios danos a saúde, os riscos da falta de tratamento diferem de pessoa para pessoa. Nos recém nascidos (hipotiroidismo congênito), o tratamento imediato é crucial para prevenir retardo mental, atraso de crescimento, deformações físicas e outras anormalidades. Esta é a razão pela qual todos recém-nascidos devem ser submetidos ao "teste do pézinho".
Crianças e adolescentes com hipotiroidismo podem ter desenvolvimento mental e físico seriamente comprometidos se não forem prontamente tratados. Nos adultos as consequencias do não tratamento do hipotiroidismo podem provocar considerável desconforto ou incapacidade. Se o hipotiroidismo for acentuado, o não tratamento pode resultar em doença mental e cardíaca ou se for de maior gravidade, levar a danos ainda mais sérios.
Como a maioria dos casos de hipotiroidismo resulta de danos irreversíveis da glândula tiróide, não existe tratamento que proporcione cura definitiva. A reposição hormonal é o tratamento de escolha  e visa repor o hormônio que a tiróide não consegue produzir. O hormônio sintético da tiróide usado no tratamento é chamado levotiroxina sódica
 
Para a maioria dos pacientes o tratamento e por toda vida uma vez que a doença é crônica e a dose necessária de levotiroxina deve ser ajustada pelo médico de acordo com a evolução, sendo que os sintomas e sinais gradativamente vão desaparecendo assim que se inicia o tratamento. Ainda que os sintomas tenham melhorado, jamais deixar de utilizar o medicamento sem orientação médica, e no caso de abandono ou insuficiencia de tratamento os sintomas poderão retornar gradativamente.
 
 
2) HIPERTIROIDISMO
O hipertireoidismo é um problema na que se caracteriza pela produção excessiva dos hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina).
 
CAUSAS
O desencadeamento do hipertireoidismo pode ocorrer devido ao excesso de iodo na alimentação, ao surgimento de nódulos na glândula, ao funcionamento mais acelerado da tireoide ou à ingestão dos hormônios da tireoide. A incidência de hipertireoidismo é bem mais frequente na mulher do que no homem. A causa mais comum de hipertireoidismo é a Doença de Graves, que ocorre quando o sistema imunológico começa a produzir anticorpos que atacam a própria glândula tireoide. Outras causas são os nódulos funcionantes ou o uso excessivo de levotiroxina do paciente com hipotireoidismo.
 
SINAIS E SINTOMAS
 
- Calor e sudorese (suor) excessivos
- nervosismo, irritabilidade
- Falta de sono (insonia)
- Tremores, palpitações
- Emagrecimento
- Intestino solto ou aumento no número de evacuações
-aumento do volume da glândula
 
O diagnóstico de hipertireoidismo é feito através de exames de sangue, com a dosagem dos hormônios tireoidianos (T3 e T4, que ficam aumentados) e do hormônio que regula a tireoide, o TSH
O tratamento do hipertireoidismo deve ser acompanhado por um endocrinologista e a dosagem hormonal precisa ser checada periodicamente. Pode ser necessário o uso de medicamentos, o uso de iodo radioativo e/ ou procedimentos cirúrgicos.
 
3) NÓDULOS DE TIREÓIDE E TUMORES
 
São protuberâncias do tecido tireoideano palpáveis ou identificáveis por exames complementares. Podem ser císticos (preenchidos por conteúdo líquido) ou sólidos.
 
Constituem a principal manifestação clínica de uma série de doenças da tireóide com uma prevalência de aproximadamente 10% na população adulta.
 
CAUSAS
 
As causas são várias. Os nódulos podem aparecer quando a tireóide não está funcionando bem, tanto por excesso de produção de hormônios (hipertireoidismo), quanto pela sua diminuição (hipotireoidismo).
 
Podem haver alterações da arquitetura morfológica da glândula, da forma como estoca seus hormônios ou do substrato que usa para produzi-los.Também podem ser tumores benignos ou malignos. Mas felizmente nove em cada dez nódulos tireoideianos são benignos.
 
Quem está em risco para desenvolver nódulos tireoideanos?
 
As mulheres são mais acometidas. Mas, homens portadores de nódulos tireoideanos têm mais chances de apresentarem lesões malignas do que as mulheres.
 
Quais os fatores de risco?
 
Se uma pessoa tem um nódulo de tireóide, a probabilidade dele ser um tumor maligno é maior em:
- nódulos que apresentam crescimento rápido
- nódulos endurecidos e que estão fixos a estruturas subjacentes
- idosos (idade maior que 60 anos)
- pacientes do sexo masculino (17% contra 8% nas mulheres)
- pacientes que receberam irradiação anterior na região da cabeça ou do pescoço (acidente de Goiânia ou Radioterapia para tratamento de outros tumores)
- tumores que levam à paralisia de corda vocal ipsilateral
- presença de adenomegalia regional ipsilateral
- história familiar de câncer de tiróide ou Neoplasia Endócrina Múltipla
 
SINAIS E SINTOMAS
 
A maioria dos nódulos é assintomática. Raramente, alguns pacientes queixam-se de dor de garganta, no maxilar ou no ouvido. O sinal mais comum é de uma elevação nodular no pescoço que progressivamente aumenta de tamanho ou é percebida por familiares, amigos ou por um médico, durante consulta para tratamento de outro distúrbio não relacionado com o nódulo.
 
 
Deve ser feita uma consulta médica com um Endocrinologista ou Cirurgião de Cabeça e Pescoço. Ele fará uma anamnese e exame físico detalhados, seguidos de exames complementares que forem indicados para cada caso, como dosagem de hormônios tireoidianos, ultrassonografia da tireóide, puncão biópsia aspirativa com agulha fina (PAAF), mapeamento da tireóide com iodo radiativo, tomografia axial computadorizada, ressonância magnéticaca da tireóide dentre outros.
 
 
Quais os tipos de nódulos existentes?
 
Os nódulos tireoideanos são classificados em benignos e malignos. O melhor exame para verificar se um nódulo é benigno ou maligno é a punção biópsia aspirativa com agulha fina (PAAF).
 
O nódulos benignos são os adenomas foliculares, cistos, bócio colóide e tireoidites (inflamações na tireóide).
 
Os nódulos malignos são classificados em bem diferenciados (menos agressivos) e pouco diferenciados (com maior agressividade).  
 
Os carcinomas diferenciados respondem por 90% dos casos de todas as neoplasias malignas da tireóide. A maioria dos pacientes com carcinoma diferenciado apresenta, geralmente, um bom prognóstico quando tratada adequadamente.
 
Qual o tratamento?
 
Pacientes com nódulos com citologia benigna devem ser acompanhados a intervalos regulares, com exame do nódulo a cada seis meses, que podem ser ampliados com o passar o tempo.
 
Caso a punção seja positiva para malignidade, a cirurgia está indicada. O tipo de cirurgia recomendada deve ser criteriosamente avaliada por um médico cirurgião Cabeça e Pescoço.
 
 
Quando um nódulo não é tratado, o que pode acontecer?
 
Pode haver um crescimento progressivo do nódulo com conseqüente compressão das estruturas profundas do pescoço, levando a sintomas de acordo com a estrutura comprimida:
Traquéia:  falta de ar e tosse seca
Esôfago: dificuldade para engolir
Nervos laríngicos: rouquidão.
 
Um nódulo maligno não tratado pode levar ao aparecimento de metástases à distância. Ou seja, disseminação do tumor para outros órgãos. Quando existem metástases, os sítios mais comuns são gânglios linfáticos cervicais, mediastino, pulmões, fígado e ossos.
 
Dra Sharon Rosenthal
endocrinologista adulto e pediátrico