Viver mais não é o suficiente. O que interessa é viver mais e melhor. Com a mudança demográfica de nossa população os idosos estão presentes em atividades antes consideradas impossíveis, que somente os jovens poderiam executar. Os nossos idosos são ativos, produtivos, inovadores e querem mais.
Para assegurar essa qualidade na vida do idoso devemos investir em sua saúde física, mental e social.
Na educação da sociedade faz-se obrigatória a divulgação de medidas preventivas desde as crianças. A chamada pediatria geriátrica mostra bem o que se espera dos novos idosos. O cuidado com a saúde das crianças e a divulgação de medidas aos adolescentes e adultos jovens as fazem mais conscientes para a longevidade.À medida que a expectativa de vida aumenta, aumentam os casos de doenças crônicas
A diferença do Brasil para os países europeus em relação ao envelhecimento foi a rapidez como aconteceu. A ascensão econômica está ocorrendo rapidamente e a expectativa de vida aumentando. Na Europa o enriquecimento gradativo fez as políticas públicas se adaptarem ao novo público maior de 50 anos. No Brasil, o público já está aí.
À saúde física compete aos profissionais de saúde como médicos, educadores físicos, fisioterapeutas,orientadores nutricionais, profissionais da odontologia, enfermeiros, terapeutas ocupacionais, agentes promotores de saúde e preventores de doença. Mas para isso a mentalidade desses profissionais deve englobar a formação generalista e aconsciência de que o público idoso é diferenciado e não existe um padrão. O idoso gosta de ser cuidado. Em todos os aspectos. Ele viveu a medicina de família, em que o profissional ia até sua casa e da sua família e todos eram atendidos e se conhecia a história de vida de cada um dos seus. O idoso gosta de receber atenção por seus feitos, por suas experiências, suas vivências. O profissional da saúde deve compreender seus hábitos e tratar a modificação deles com bastante cuidado e atenção, respeitando a cultura que este indivíduo traz consigo. O idoso hoje quer a tradiçãomas quer também a praticidade- e essa união é o ponto de equilíbrio para a longevidade.
Por mais alta tecnologia que hoje dispomos, precisamos de humanização no tratamento individual, seja essa pessoa idosa, seja uma criança.
À saúde mental, cabe aos profissionais da área, juntamente aos familiarese ao convívio social.A preservação da individualidade é importante para sua autonomia. Para que seja completo, nossas autoridades devem dar atenção a esta população que merece como todos umtransporte de qualidade, iluminação, calçadas descentes, limpeza de vias públicas, áreas de lazer conservadas, oportunidades sociais de convívio e cultura e oportunidades de trabalho para uma ocupação da mente jovem do novo idoso. Nosso ambiente social está diretamente ligado ao ambiente mental e psíquico.
A expectativa de vida passou de 48 para 74 anos em apenas 50 anos. Nosso idoso hoje é ligado na informática, dirige seu veículo além dos 90 anos, discute política, estabelece metas, planos para viajar, comprar, construir e viver bem. E tem toda a razão. Viver bem é indispensável.
DRA SHARON RAICHER ROSENTHAL